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terça-feira, 26 de maio de 2009

WEB NOVELA



2º capitulo

7h45 era a hora de sair e, pegando a capa de chuva, a pasta executiva, o lap-top e as chaves, foi para o trabalho. Enquanto a mão esquerda fechava a pesada porta de madeira e vidro da portaria, seus olhos caíram sobre a estreita aliança de platina, onde minúsculos diamantes cintilavam no quarto dedo e não conseguiu conter um sorriso. Meu Deus! O casamento era uma novidade e tanto.
No seu último aniversário acordara em um quarto desconhecido no estilo de um loft, com a maquiagem completamente enfronhada nos seus poros e o Início de uma ressaca monumental tomando conta do seu crânio. Suas narinas estavam queimadas de modo suspeito e ela tinha ficado enojada ao ver um gorducho corretor da Bolsa, cujo nome não conseguia lembrar, roncando profundamente ao lado dela na cama.
Vestiu a lingerie, colocou o vestido, endurecido com o suor da noite anterior, pegou a bolsa e os sapatos e escapuliu do apartamento. Depois de tomar três expressos com cafeína suficiente para provocar um ataque cardíaco, no café italiano na esquina, percebeu que era hora de tratar sua vida pessoal da mesma maneira que cuidava de sua carreira. Um mês depois disso, completamente preparada para ficar longa de homens e trepadas de uma noite só até conseguir organizai seus pensamentos, tropicou em cima do Homem da sua Vida. Depois de 13 semanas de namoro, seu mais longo relacionamento em anos, casaram-se. Quem falou em medo de compromissos?
Ela cruzou a fronteira, deu o salto, mergulhou de cabeça. Na verdade, Don fora capaz de enxergar facilmente através da máscara garota-durona-da-City*-que-dorme-com-todo-mundo e viu uma mulher que não se atrevia a amar desde que o Grande Romance Número Um tinha dado muito errado. Don segurou sua mão e a convenceu de que o que tinham era amor de verdade. Pediu que ela mergulhasse de cabeça com ele e, quando colocou o anel no seu dedo, ela surpreendeu-se com a sensação de solenidade. E também ficou aterrorizada. Mas ele irradiava tanto amor que ela assumiu o compromisso, assinou na linha pontilhada e selou o acordo.
Bella fechou a porta e sentiu o morno sol de maio. Conseguia ouvir o ruído suave do tráfego ao longe: já começava outro dia na capital. Abriu a porta do seu Mercedes 280/SL conversível creme, jogou o casaco e as pastas no banco do passageiro e sentou-se, manchando a batata da perna direita com o óleo da porta.
— Merda — disse em voz alta, inclinando-se na direção do minúsculo porta-luvas, apertou o botão, fez com que meia dúzia de pacotes de meias pretas caíssem ao chão. Colocou a perna para fora do carro, despiu a meia manchada, vestiu a nova e, jogando a usada no banco de trás, deu a partida e saiu em direção ao escritório.
Às 8h25, equilibrando a capa de chuva, a pasta executiva, a mala do laptop, um pacote de 20 maços de Marlboro Lights e uma garrafa grande de Evian, comprados na loja do lado, Bella chegou à sede da Prentice and Partners, uma das menores, mas melhores empresas de consultoria empresarial da City.
— Bom-dia, Kitty — ela disse ao entrar.
— Oi, Bella — Kitty respondeu, olhando de sua mesa na grande recepção.
Susan está?
— Claro que sim.
— Primeiro as damas. Os meninos vêm brincar hoje?
— Sim, Hector deve estar chegando e — Kitty verificou no computador — Chris vem para a reunião da tarde, mas pode chegar antes da hora marcada.
— OK. Só vou checar minha agenda e fazer um café. Depois disso estou pronta para você — Bella disse com um sorriso.
Entrou em sua sala, pendurou a capa de chuva e ligou a cafeteira antes de tirar o laptop da mala, verificar os e-mails e abrir a agenda.
[...]

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