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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Record completa 58 anos hoje, veja os momentos marcantes da história da emissora

Nesta terça (27), a Rede Record está completando 58 anos. 
A Record é o canal de televisão mais antigo em funcionamento no Brasil. Inaugurada em 1953, a emissora acompanhou o crescimento e a queda de concorrentes importantes como a TV Tupi, Excelsior e Manchete. Ao mesmo tempo, a Record também estava presente na inauguração de suas principais rivais, a Rede Globo e o SBT, detentores da primeira e da terceira colocação respectivamente.
No decorrer destes 58 anos a Record passou por diversas fases e proprietários. Ao mesmo tempo que é a mais antiga das redes em funcionamento, é a única dentre as cinco maiores que teve mais de um dono. A Record já pertenceu a Paulo Machado de Carvalho, falecido em 1992, a Silvio Santos, que se desfez do negócio pouco antes da morte de Carvalho, e de Edir Macedo, atual detentor.
A programação veiculada em quase seis décadas de exibição está entrelaçada com as mudanças de hábito e comportamento do brasileiro bem como o amadurecimento que o segmento da TV teve neste período.
Ronald Golias em “Família Trapo”, um dos grandes especiais produzidos pela Record
Reprodução
Em seus primeiros anos de vida, a Record apostou em grandes festivais, como os que destacavam a música brasileira e que impulsionaram a carreira dos que seriam nomes consagrados, como Chico Buarque, Nara Leão e Jair Rodrigues. Em paralelo a isso, humorísticos como a “Família Trapo” colocavam Ronald Golias em evidência. Também é uma marca da Record a primeira transmissão externa de uma partida de futebol, no Estádio Vila Belmiro (Santos-SP) em 1955. 
Ao mesmo tempo que a Record inovava e ajudava a criar e consolidar a televisão brasileira, o canal enfrentava problemas de todas os tamanhos. A falta de know-how na construção e gerenciamento de estúdios fez com que a emissora fosse vitimada por incêndios que causaram milionários prejuízos, tanto da ordem financeira como de arquivo.
Os primeiros 15 anos da Record sob posse de Edir Macedo não foram marcados por grandes acontecimentos. O que Silvio Santos teria previsto de fato aconteceu. A Record chegava a 13 das 24 horas dedicadas aos telecultos de Edir, as quais eram veiculadas em troca de injeção monetária para que a rede pudesse continuar operando.
Carlos Massa comandava o “Ratinho Livre” na Record: programa tinha altos índices de audiência mas pouco dinheiro em caixa
Reprodução
Durante boa parte deste período, a Record operou no vermelho, afinal sua programação era extremamente popular. Atrações como o “Programa do Ratinho” e o “Cidade Alerta” tinham altos índices de audiência e prestígio popular mas não agradavam ao departamento comercial por não serem comercializáveis pelo preço que fazia jus ao Ibope alcançado. O “Programa Raul Gil” e o “Note e Anote” também marcaram esta fase.
No final da década de 90, a Record perdeu Ana Maria Braga para a Globo e Ratinho para o SBT. Ambos eram importantes à emissora. Ana Maria aliava bons índices com faturamento. Já Ratinho, apesar de não faturar, brigava com as caras produções globais no horário nobre, feito que programa algum no canal conseguia alcançar com tamanha facilidade. 
Apesar disso, Honorilton Gonçalves, designado para a operação de TV desde que a negociação com Silvio e Machado foi fechada, tirou Eliana e Bóris Casoy da rival. A ideia era passar a agradar ao público infantil e adulto. A programação foi se tornando mais voltada para o comercial e menos para a Igreja, embora esta nunca tivesse deixado de influenciar em todas as áreas da emissora.
Eliana foi contratada pela Record no final dos anos 90: apresentadora se destaca com infantis
Divulgação/Record
Paralelo à linha de shows, sob os cuidados de Raul Gil e nomes que começavam a chegar, como o de Adriane Galisteu, infantis com Eliana e jornalísticos com Bóris, a dramaturgia continuava sendo o grande problema da rede de Edir Macedo. 
Houve parcerias com produtoras independentes como a JPO e tentativa de trazer nomes globais, o que de certa forma funcionou. Dalton Vigh, Ana Cecília Costa, Petrônio Gontijo, Maurício Mattar (em sua única novela fora da Globo em 20 anos de carreira), Rogério Fróes, Carlos Casagrande, Juan Alba, John Herbert, entre outros, chegaram a fazer novelas por lá.

Maurício Mattar nas gravações de “Louca Paixão”: música na abertura, salário alto
e papel de protagonista convencem ator a deixar a Globo

Reprodução
Apesar dos esforços, poucas tramas se destacavam. “Tiro & Queda”, “Roda da Vida” e “Marcas da Paixão” passaram praticamente despercebidas. Já “Louca Paixão”, “Vidas Cruzadas” e “Estrela de Fogo” chegaram a ter bons índices, mas longe das ambiciosas metas traçadas por Honorilton e sua equipe, que começaram a visar a liderança já para o ano 2000. 
As grandes mudanças na Record começaram a acontecer em 2004. Com um caixa mais forte e alvo de investimentos maciços, Edir Macedo ambicionava com mais veemência o primeiro lugar, ocupado pela Globo desde poucos anos após sua inauguração.
Autores, técnicos, jornalistas e apresentadores foram contratados com salários que chegavam ao triplo da média de mercado. Mário Prata, Marcílio Moraes e Letícia Dornelles, Vivian de Oliveira e o diretor João Camargo foram os primeiros a chegar no segmento de dramaturgia. Eles se dedicaram ao projeto “Metamorphoses”, feita em coprodução com a Casablanca e que não teve o sucesso esperado mesmo diante de tantos investimentos e na contratações de nomes conhecidos, como os de Paulo Betti, Joana Fomm e Zezé Motta.
Amália Rocha, Otaviano Costa, Lorena Calábria e Celso Freitas no início do
“Domingo Espetacular”, em 2004: projeto é inspirado no tradicional “Fantástico”
Divulgação/Record
Na sequência, a Record promoveu as contratações dos ex-globais Celso Freitas, Marcelo Rezende e Paulo Henrique Amorim, para reforçar o núcleo de jornalismo. 
Já na dramaturgia foi contratado Tiago Santiago, fiel colaborador de Carlos Lombardi. Santiago teve sua sinopse reprovada na Globo em detrimento de João Emanuel Carneiro, que emplacou o sucesso “Da Cor do Pecado”. Lauro César Muniz também foi chamado e aceitou a oferta após passar vários anos à espera de uma nova novela ou minissérie na Globo. Herval Rossano, consagrado nome das novelas, também foi contratado.
Na linha de shows, a Record contou com o reforço de Tom Cavalcante, que teria sido seduzido por um salário que ultrapassava a casa dos R$ 300 mil. Ana Hickmann, Edu Guedes e Patrícia Maldonado foram contratadas e eram vistas como apostas para o futuro.
Bianca Rinaldi interpretou Isaura, em “A Escrava Isaura”: roteiro e direção dos ex-globais
Tiago Santiago e Herval Rossano garantem sucesso à novela

Divulgação/Record
Em 2005 e em 2006 a Record avançou na dramaturgia a passos largos. Depois do sucesso de “A Escrava Isaura”, a emissora manteve o ritmo de contratações de autores, atores e técnicos. Em 2006 já tinha seu segundo e terceiro horário de novelas, com “Cidadão Brasileiro” e “Alta Estação”, esta da também ex-global Margareth Boury.
Nesta época a emissora paulista também trouxe Alexandre Avancini, Edson Spinello e Edgard Miranda da Globo, diretores de alto escalão e que também eram apostas do canal carioca. Avancini havia passado por “O Quinto dos Infernos”, “Quatro por Quatro”, “Por Amor” e “Kubanacan”. Spinello ajudou a implantar “Malhação” e Edgar trabalhou em “Os Maias”, “O Beijo do Vampiro”, “Esplendor”, entre outras tramas.
Já na linha de shows, a Record deixou de contar com Adriane Galisteu, que se mudou para o SBT e posteriormente para a Band. Entretanto foram feitas apostas em formatos prontos, como “O Aprendiz”, de Roberto Justus. O formato trouxe prestígio e audiência para as noites da emissora. Também houve a aquisição de “A Fazenda”, responsável por picos de 32 pontos em uma de suas finais. “Ídolos”, vindo do SBT, e “Troca de Família” também reforçaram este setor.
Entretanto, a ausência de planejamento em algumas áreas fez com que a Record regredisse na dramaturgia. O terceiro horário, de “Alta Estação”, foi extinto e substituído por enlatados como a colombiana “Zorro – A Espada e a Rosa” e “A Turma do Pica Pau”.
Roberto Justus apresentou seis temporadas de “O Aprendiz”, muda-se
para o SBT e retorna à Record após apenas dois anos

Divulgação/Record
A novela adolescente rendia entre 4 e 6 pontos, desempenho que a Record entendia que não compensava os R$ 10 milhões investidos. Em 2009 houve uma nova baixa: com a transferência para o SBT de Tiago Santiago, responsável pela maioria dos sucessos da casa como “A Escrava Isaura”, “Prova de Amor” e “Caminhos do Coração, e com o início da parceria com a Televisa, a Record passou a ter apenas um horário de dramaturgia enquanto, com o auxílio da mexicana, se preparava para reativar o segundo. 
Neste mesmo ano a Record teve duras baixas, perdendo Roberto Justus, Eliana, Roberto Cabrini, entre outros profissionais e técnicos para o SBT.
No segmento esportivo, a Record também ganhava espaço. A emissora inflacionou torneios que até então só despertavam o interesse da Globo, com quem teve parceria até 2006 pelos direitos do “Brasileirão” e “Copa do Brasil”. A Record chegou a levar campeonatos de destaque, como o Campeonato Baiano e o Campeonato Catarinense, os quais foram perdidos para a rival anos depois. Em contra-partida, a Record impôs uma amarga derrota na Globo ao garantir os direitos dos Jogos Pan Americanos deste ano e os Jogos Olímpicos de Londres, que ocorrerão em 2012, com total exclusividade.
José Luiz Datena volta à Record após oito anos: novo contrato, que era para ser de cinco, dura menos de dois mesesDivulgação/Record
Por fim, em 2011, a Record reativou seu segundo horário de dramaturgia e recontratou Roberto Justus. Houve ainda recontratação de José Luiz Datena, que havia assinado contrato de cinco anos mas que voltou à Band em menos de dois meses. 
Atualmente, a Record tem uma média-dia que oscila entre 7 e 8 pontos. Ainda longe do objetivo de liderança, a emissora foi alvo de boatos de que estava em crise e perdendo fôlego. Edir Macedo veio à público recentemente, por meio do “Domingo Espetacular”, desmentir e ratificar o crescimento do grupo.
Também estão de aniversário hoje a Record News, inaugurada em 2007, e o seu portal de notícias, inaugurado em 2009

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